Caminhava em passos concentrados pelo centro da urbe, ausente de si ou dos outros. Um rapaz a pega pela mão e sai correndo lhe arrastando. As primeiras pessoas que presenciaram a cena, a fizeram de forma dispersa, mas à medida que o cortejo da dupla ia passando, foi-se formando duas colunas condensadas de gente perfilada, e no meio o corredor por onde os dois seguiam. Parecia que o contingente populacional ali próximo previa a corrida, e se mostrava compenetrado na performance. Os motoristas antevendo a passagem paravam imediatamente, a fim de que a trajetória não sofresse nenhuma interrupção. A moça que de início nada pôde fazer, pois era frágil para subverter a instantaneidade violenta de seu parceiro, agora se dispunha totalmente inerte para pôr um fim naquilo, pois não pretendia conspirar contra o empenho do seu guia e nem decepcionar os espectadores. Já haviam percorrido uma distância considerável, a mulher extenuou-se e cada vez mais era arrastada pelo estranho, pois parecia que não tinha forças nem para andar. Quando alcançaram aquela rua, o cara põe um fim à trajetória retilínea, dobrando na mesma. Depois de mais alguns metros, ele para, larga a garota e se senta. Sua cúmplice faz o mesmo. Viu que as pessoas se dispersaram, e num átimo de tempo impossível de captar, o corredor se misturou à multidão. Volta ao seu ponto de origem. No caminho um indivíduo lhe oferece água. Ela teve uma certa repulsa. Ao chegar, seu algoz ou redentor lhe aborda, e dá início novamente ao itinerário.
texto de: Guilherme Linhares
lido por: ele mesmo
na roda de: 12/05/2007
Tuesday, May 15, 2007
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1 comment:
e eu realmente imaginei um videogame hehhee
vcs nao? =}
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